Era uma vez

Era uma vez a bruxa má que vivia no reino de Soberbian, bem perto do reino de Unquinhoinca. A bruxa má tirava o sossego dos aldeões por meio de suas mandingas xexelentas e maldades sem graça. Os aldeões de Soberbian não sabiam como se comportar perto da bruxa má porque ela, além de ser má porque gostava de ser má, não costumava agir da mesma maneira para duas situações semelhantes. Era como se a bruxa má vivesse em constante TPM, apesar de ser homem.

A bruxa má ganhava a vida entregando as maçãs envenenadas que vendia para aspirantes de bruxas e bruxas velhas. Ela mesma era uma bruxa velha musculosa, mas gostava de dizer que era fraquinha, fraquinha, para enganar os bobos do reino. A bruxa má gostava de deixar sua vassoura atravessada no caminho só para atrapalhar e atrasar a vida dos aldeões. O que a bruxa má não sabia é que os aldeões já não ligavam para os seus desvarios e riam pelas suas costas, ao apontar suas bruzundangas.

A bruxa má saltava de suas vassouras possantes com suas perninhas pequeninas, meio tortas e cabeludas, estufava o peito de forma presunçosa e, crente que era o ser mais lindo, inteligente e culto da terra, redigia textos para os habitantes de Soberbian repletos de havias sem agá e supérfluos começados por cê cedilha.

A bruxa má mantinha mulher e filha em cativeiro, mas não sabia que todos sabiam que elas fugiam quando ela levantava voo para entregar suas maçãs podres. Entretanto, a maçã não cai muito longe da árvore, a filha já tinha se tornada aprendiz de bruxa má enquanto a mulher tentava equilibrar o relacionamento da casa da bruxa com os habitantes de Soberbian, que acreditavam com convicção que ela apanhava de seu marido, a bruxa má. No entanto, nada podiam fazer.

A bruxa má era uma piada sem graça.

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