Chuva

Fim da tarde, bunda quadrada, sentada em frente ao computador, chuva forte, de verão antecipado no Rio, lava tudo. Lava calçada e carro, lava árvore com sede, lava gente desprevenida, lava dor, lava a alma, lava o espírito carregado.

Fim da tarde, sentada em frente ao computador, chuva pára, fio de sol aparece no horizonte, sobre o concreto dos edifícios, ilumina. Ilumina calçada e carro, ilumina árvore satisfeita, ilumina gente molhada, ilumina dor, alma e espírito carregado.

Distância menor

A distância encurta a cada dia. Passos longos, vigorosos e mais rápidos me levam ao destino e retorno triunfante.

Hoje teve bônus: O sol, tímido, deixava um rastro de luz e, na esquina de casa, olhei para o mar e ele me chamou. Tirei tênis e meia, camiseta e short, mergulhei, furei suas ondas, voltei a ser criança.

Fonte de energia vital, o mar e suas profundezas me fizeram renovar. Voltei para casa pingando e feliz.

O Jornal nas bancas

Hoje contei: eram oito pessoas na lateral da banca, lendo as primeiras páginas de jornais pendurados: do lado esquerdo, só esportes, do lado direito, assuntos variados. Como num cinema, enfileirados, olhavam figuras sangrentas e fotos de times e liam notícias escritas no dia anterior.