– O Sorriso é o que importa! disse-me Paulo, responsável pela barraca na areia de Copacabana, em frente à Hilário de Gouveia.
Depois da caminhada matinal, resolvi espiar o mar de perto, bem gelado àquela hora e Paulo se aproximou oferecendo uma cadeira. Agradeci, e falei que só queria dar um mergulho, perguntei se ele poderia olhar meus pertences e ele disse para eu colocá-los na barraca, ficava mais seguro.
Deixei tudo lá e me joguei naquele mar de correnteza forte, mergulhei e me embrulhei em ondas, até cansar e resolver sair. De volta à barraca, em pé, esperei secar, enquanto ouvia causos contados por Paulo. Eram estórias curiosas, engraçadas, sobre frequentadores, turistas torrados e outras gentes. Falou que era bom fisionomista, não esquecia cliente e bom com os números também, guarda tudo na cabeça. Ele contava e sorria mais que tudo. Quando me despedi e sorri de volta, ele disse: “O sorriso é o que importa!”
Amanhã, se não chover, voltarei.