A (in)compreensão do amor

Há muitas maneiras de amar. Mas há outras de não entender que se é amada.

Aquele era o seu dia preferido no ano, dia de mais um aniversário, noite de festa, e ela acordara sozinha porque seu recém-marido estava viajando e chegaria somente à noite. Virou para o lado vazio na cama e ficou aborrecida. Queria que ele estivesse ali, mas estar em casa hoje e longe amanhã fazia parte do trabalho dele.

Naquele dia, ela enfeitou a casa com flores, muitas flores, caprichou no jantar, foi para o salão para se sentir mais bonita. Tinha certeza de que ganharia uma joia de presente de seu marido. Algo para marcar bem aquele primeiro aniversário casada com ele.

Na hora certa, os convidados começaram a chegar e todos perguntavam pelo marido, que estava atrasado. Bebidas servidas, comidinhas enquanto o jantar não saía, todos esperando por ele. Como uma menina mimada, ela amarrou a cara. Afinal, que chateação ele atrasar justo naquele dia! Teve de servir o jantar sem ele, que entrou em casa sobremesa já servida, carregando um embrulho grande. O presente era um quadro bacana para a casa deles. Não gostou. Nem ligou. Não importava o autor, o valor, o esforço, o gosto. Não era o que esperava.

O resto da noite foi enfadonha, nada do que havia planejado. Muitos anos se passariam até que ela começasse a entender que as pessoas amam e demonstram o amor à maneira de cada um.

 

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