Eram os anos 1990 e eu flanava despreocupada pelos jardins e galerias do Estoril, onde havia sido instalada uma exposição com obras de Carybé. Fim de tarde, a mostra ainda não estava oficialmente aberta, portanto as salas mantinham-se vazias. Passeei, admirando tudo, com as mãos no bolso e o coração cheio de saudades quando estaquei em completa veneração. À minha frente, como se estivesse em casa, caminhava o autor das obras, rindo ao lado de Jorge Amado e Zelia Gattai. Imobilizada pela emoção permaneci e até hoje me arrependo de não ter tido a coragem de abordar, tietar e agradecer a existência de meus ídolos.