Somos a sexta geração de Veigas no Brasil, desde que Francisco Luiz Saturnino da Veiga aportou por esses lados, em 1771. Já há outras duas gerações após a minha, aumentando essa árvore que, para mim, na realidade, começou no vovô Gô, apelido dado por uma neta que não pronunciava o Heitor, nome tão bonito. Vovô, pai de papai, tio Sergio, tio Heitorzinho, e Lolô, a minha tia-madrinha-quase-mãe que, a essas horas está se divertindo na praia. Dos irmãos, agora, só ela para contar as histórias familiares.
Somos sete primos-irmãos, meu irmão macho-solitário no meio de seis mulheres. Deu no que deu. O que isso quer dizer? Perguntem à mulher dele… Hoje é aniversário da mais velha, Sandra, minha prima padeira-diretora-espírita-mãe-amiga. Na realidade, desses sete, eu sou a mais velha, mas implico com todo mundo, afinal primo é para isso. Depois, em uma escadinha anual, vem Denise, Renata, Patrícia, Leandro e a caçula, Valéria.
Sandra, Denise, Renata, Leandro e eu crescemos juntos, passamos aniversários, férias, festas de fim de ano e tudo o que se possa imaginar juntos. Leandro era o moleque melequento e chato (mas lindinho, sejamos justas) e nós, as quatro mocinhas elegantes. A vida ao lado delas sempre foi cheia de riso, brincadeira e saudade, já que nunca moramos na mesma cidade. A vida ao lado delas era feita de oportunidades, as mesmas que só tivemos mais tarde com Patrícia e Valéria, por circunstâncias da vida. A vida ao lado de nossas primas sempre foi vida. E continua sendo. Das melhores. É feita de choro e riso na mesma frase. Nunca vi povo para chorar tanto, ao mesmo tempo que ri e fala bobagem de arrepiar os mais comedidos.
A vida com nossas primas foi construída em viagens de carro com caronas vomitadoras, em despedidas adiadas por semana, em bailinhos nos clubes, em mergulhos intermináveis, em comidas e bebidas indescritíveis. Hoje, porque Sandra faz aniversário, lembrei das bobagens que Denise fala e das graças que Renata escreve sem cedilhas ou acentos. Do encontro rápido com Patrícia na Lapa e da espera por Valéria. Somos todos primos distantes fisicamente. Duas moram no Sul, duas bem bem ao Norte, uma do outro lado do oceano, meu irmão e eu aqui, na cidade, que para nós, será sempre a maravilhosa. Primos viajantes.
E quando não viajamos fisicamente, passeamos pelas memórias e pelos planos futuros, contamos os dias para os próximos encontros, gastamos todos os minutos telefônicos, mandamos pacotes, cartas, usamos correio eletrônico, todas as formas possíveis e disponíveis de comunicação.
Primos queridos. Contam nossa vida porque vivem-na conosco. São a própria vida. Amo!
E eu que disse que lia todos….parece que o destino não havia oportunizado a lida deste, tão lindo, tão especial, tão real!
Acho que virei assinante, apesar de não ter aparecido nenhuma linha ou coisa semelhante. Achei um box para cadastro e assim o fiz. Vê se apareço aí nas “assinantes”.
Amo todos os escritos, mas este em especial, adorei, adorei, adorei!
Te amo!
Mil beijos
tb te amo, querida.
Monica, uma pequena correção: 1771 é o ano do nascimento de Francisco Luiz Saturnino da Veiga, não o ano em que ele chegou no Brasil. Segundo João Pedro da Veiga, filho de Lourenço Xavier da Veiga & Jesuina de Salles Veiga, e neto de Francisco Luiz, Francisco Luiz tinha entre 16 e 17 anos quando chegou no Brasil.
Fonte da informação:
Genealogia paulistana, Volume 5
Luiz Gonzaga da Silva Leme
Duprat & comp., 1904 – São Paulo (Brazil : State)
Duda! Sempre tentei saber mais a respeito. Tenho um livro que o Mario Vitor estava atualizando e a informação de 1771 consta nele. Vou pesquisar mais, adorei! Bjs