Carta a Dorothy Parker

Tenho 27 anos e carrego The Portable DP comigo como se fosse um livro santo. Para todos os lugares que vou, você vai comigo e tento aprender como me expressar de maneira lírica e irônica ao mesmo tempo. Você foi alguém que eu gostaria de ter sido. Conhecido. Ou não. Sublinho seu-meu livro, marcando as frases que queria ter escrito. Dito. Ou não.

Mostro seu-meu livro para minha professora de literatura, que me responde que nunca a leu, não tem conhecimento de sua existência, não sabe quem foi você. Assim que ela se vira de costas, despejo todo o desprezo do meu olhar em sua nuca. Ela se volta  para mim com um sorriso amarelo e eu olho para seu-meu livro em minhas mãos.

Meu tempo com você é mágico, é iluminado, porém emprestado – como você escreve em suas histórias. Você me conduzirá e me emprestará um pouco da sua ousadia, fundamental para que eu viva minha vida daqui para frente, enquanto eu, atrevida, levarei seu-meu livro até o fim, até que suas páginas amarelas e secas comecem a rasgar. Ou não.

 

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