O nosso dindinho

Atendi o telefone de um salto e a voz do outro lado disse, chorando: “ele foi”. Entendi de imediato o que tinha acontecido, mas não sabia, ainda, o impacto de sua ausência em nossas vidas.

O marido da minha madrinha, o pai de minhas primas, o cunhado de meus pais, o meu padrinho partiu cedo, muito, muito cedo. Aos 42 anos levantou voo e nos deixou aqui em pedaços e desagregados. Isso foi há 36 anos, parece que foi ontem, sua voz ainda ecoa, a risada é ouvida pelos cantos, o sambinha, o timbau, as histórias que vivemos, tudo está presente e está dentro de nós.

Mas ele não está aqui.

Meu padrinho foi o melhor do mundo. Ainda é, porque o que ele fez, ninguém mais fará. Ele me disse certa madrugada de carnaval, quando encontrou minha pulseira perdida num chão coberto de confetes e serpentinas: “a estrela do seu dindinho pisca, mas não apaga!”

Tá lá no universo, brilhando para a eternidade, onde iremos nos reencontrar.

 

 

 

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